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A relação entre as empresas de meios de pagamentos e o mercado digital: um exemplo de junção entre o mercado tradicional e a tecnologia.

19/05/2023

A relação entre as empresas do mercado financeiro e bancário tradicional varia entre casos de conflito e de cooptação, com a cooperação real entre empresas destes dois ramos distintos sendo pouco comum. Normalmente, é mais fácil para uma empresa do mercado tradicional implementar ferramentas oriundas da web 3.0 e vice-versa, do que realizar algum tipo de parceria. 

Um caso que merece destaque, é a inserção das empresas de meio de pagamento Visa e Mastercard com as empresas de tecnologia em Web 3.0. Com o desenvolvimento e uso cada vez maior de ativos digitais para a realização de transações, surge a necessidade de implementar soluções de processamento de pagamento digital rápido e seguro. 

Nos últimos anos, inúmeros países passaram a implementar sistemas de processamento de pagamentos com moeda nacional internos, como o PIX, lançado pelo Banco Central, em 2020. Em outras localidades, se popularizou o uso de aplicativos para a transação de ativos digitais, como a Metamask. 

De maneira a não ficar para trás de empresas como exchanges digitais, empresas de pagamento online e de projetos estatais, a Visa e a Mastercard iniciaram projetos ambiciosos de parcerias e fusões com empresas de tecnologia ao redor do mundo. Nos últimos 3 anos a Visa iniciou parceria com a Exchange Crypto.com, para a emissão de cartões para as wallets dos clientes da empresa de comercialização de ativos digitais. 

Dentro do mercado financeiro digital, a Visa ainda iniciou a oferta do Visa Token, serviço de pagamentos de transações tokenizado, onde com um cartão digital, o cliente pode efetuar uma transação mesmo distante do terminal de cartão. Esse serviço é compatível com as carteiras digitais Google Pay e Sansung Pay, o que expande imensamente o leque de clientes elegíveis a fazer uso do Visa Token. 

Já a Mastercard, focou sua expansão na Web 3.0 no uso da blockchain para aumentar a segurança das operações realizadas ao redor do mundo, com a compra da CipherTrace, em 2021. Outro ramo de atividades que a empresa de pagamentos direcionou sua atuação foi a área do Open Finance, com a compra da Finicity, em 2020, empresa dos EUA que atua com o acesso em tempo real de dados bancários, empréstimos e bancarização. Desde de então, ambas as empresas vêm se afastando do simples serviço de meio de pagamento físico, com cartões e vem apostando cada vez mais na tokenização e troca de informações registradas em blockchain como caminho para agilizar transações e oferecer maior segurança. 

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Por Pedro Guedes

Com informações de Visa, Mastercard, Estadão.

Imagem: GBX